quarta-feira, 1 de abril de 2009

A BARCA AFUNDOU!

Em Petrópolis tudo podia, maridos aproveitavam da barca para passarem a noite fora.
Pedro e Manuela eram casados. Manuela era uma mulher muito correta, trabalhava fora, cuidava da casa e do marido. Pedro era um homem carismático, infiel, era um advogado bom de lábia e dizia para a esposa que trabalhava demais, o que nem sempre era verdade.
Pedro tinha uma colega de trabalho muito atraente, a, também, advogada Noelle, inúmeras vezes ele dizia que estava em reunião e que talvez perdesse a última barca que sairia da ilha em direção ao continente.
Toda vez que Pedro perdia a barca por causa de reuniões, que na verdade eram encontros com Noelle, ele mandava um telegrama para sua esposa apenas com uma palavra escrita: - Barca! Isso se tornou um hábito para o casal, toda noite que o telegrama chegava, o mesmo ritual, Manuela desfazia a mesa do jantar, se sentava no sofá e por lá adormecia.
Porém, como toda mentira tem as pernas curtas, em uma bela tarde de sexta-feira, que também era aniversário de casamento dos dois, por volta das 14h00, chegou um telegrama, Manuela abriu, eufórica, pensando ser uma surpresa do marido, mas no instante em que lê a mensagem toma um susto muito grande, só estava escrito: - Barca!
Manuela não pensa duas vezes, vai até o cais verificar o motivo pelo qual a barca não estava funcionando, ao ficar sabendo que está tudo normal com a barca e que não há vestígios de possíveis problemas, Manuela é tomada por uma força de vingança muito forte, vai até o Banco que tem conta conjunta com seu marido, retira todas as economias, volta para sua casa, reúne seus pertences e desaparece do mapa.
Pedro, ao chegar, não encontra sua esposa que sempre o espera com o café da manhã na mesa para que comecem o dia juntos, nessa manhã só estava estendida a toalha xadrez vermelha com um telegrama dizendo, simplesmente:- A BARCA AFUNDOU!

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